A linguagem é o primeiro e mais diferenciador entre culturas, modas, profissionais e outras formas de agregação do ser humano. Inconscientemente, linguagem, tecnicismos, siglas, gírias, palavras e suas combinações entre eles são usados como símbolo pessoal para identificar-se nos diferentes grupos em que as pessoas se encontram.
Fazer as coisas não é o objetivo. O objetivo deve ser alcançar as coisas
A perversão no uso da linguagem foi usada, é usada e infelizmente continuará sendo usada não como identificação, mas como meio de exclusão. Como exemplo, profissionais de uma mesma organização, com funções diferentes, às vezes usam sua própria linguagem para que os demais não possam contribuir com suas opiniões ou aprender novos pontos de vista.
A transformação digital definha na linguagem como o elemento mais complexo e bloqueador para enfrentar a mudança cultural da organização e, portanto, uma evolução real em direção às novas tendências e hábitos dos clientes.
O exemplo mais fácil de reconhecer é no nível estrutural: os responsáveis por uma função e os responsáveis pela mesma função online são diferentes e, o que é pior, costumam ter um superior diferente.
Isso leva a pelo menos um número maior de reuniões, diferenças estratégicas baseadas em canal resultantes de mal-entendidos, competição de canal versus complementaridade e assim por diante. Na pior das hipóteses, produz unidades de medida de sucesso desalinhadas.
Tecnologia
Como toda revolução industrial, ou evolução da sociedade, a tecnologia, da imprensa ao chip, significou um catalisador dica. E é importante entender a tecnologia como um catalisador, não como um fim.
Nem a importância nem a complexidade devem ser minimizadas, mas a estratégia de transformação também não pode ser baseada na implementação sine die das novas tendências tecnológicas (ou modas) sem prestar atenção à sociedade, ao mercado e às pessoas.
Se a organização fosse única no mundo em seu setor, poderia levar todo o tempo do mundo para evoluir a cultura em uma velocidade diferente da tecnologia. Mas não é assim. Os mercados permitem serem altamente permeáveis à entrada de novos players com novas ideias, mais ágeis, mais rápidos e mais alinhados com a realidade. A globalização aumenta essa entrada exponencialmente
O impacto cultural da linguagem
Elementos externos não ajudam a remover essas limitações culturais. Além disso, potencializam-nas e geram barreiras que produzem um sentimento de obsolescência na maioria dos profissionais que não entendem essas tendências, mas entendem a realidade com a qual estão em contato, havendo uma total desconexão entre ambas as camadas.
Esses elementos externos podem incluir consultorias de vários tamanhos, palestrantes sem experiência em execução, especialistas, gurus ou sábios (nunca houve tantos e tão rapidamente fabricados), notícias, modas, eventos promovidos por interesses econômicos de fabricantes específicos ou estudos de mercado-alvo. Se a isso se somar notícias falsas, rumores, interpretações errôneas de tendências, visionários sobre as tendências do próximo ano ou anos, o terreno está fertilizado para uma dispersão total.
Para que esses elementos tenham seu espaço, os principais atores devem gerar diferenciação e, para isso, a linguagem é sua melhor ferramenta para serem notados.
Para nos enfrentarmos neste campo, é melhor não cair no jogo das palavras e simplificar a linguagem.
É importante distinguir entre o uso do termo e a validade do conceito. Por outras palavras, o facto de os modelos de negócio terem evoluído, como aconteceu noutros tempos, implica a assunção de novas funções, competências ou capacidades. Mas isso não significa separar a organização, funcionários e clientes em blocos.
O facto de fazer aparecer estes termos tem implicações tão importantes como até a criação de departamentos paralelos nas organizações ou a separação das organizações em dois ou mais blocos consoante sejam "mais ou menos digitais" ou "mais ou menos tradicionais".
Abaixo estão alguns exemplos de termos baseados em diferentes situações, função ou campo profissional.
Termos parciais | Simplificação de idioma |
---|---|
comércio eletrônico, comércio eletrônico, comércio on-line,… | Rede comercial |
Multicanal, omnicanal,… | distribuição |
Jornada do Cliente, Experiência do Cliente, Usabilidade,… | Qualidade do produto |
Produto Mínimo Viável (MVP) | Produto/Serviço |
Automação de Processos, Simplificação de Processos, Automação Robótica de Processos | Reengenharia de processos |
Ágil, Design Thinking | preferências de mercado |
Usuário, cliente transacional, grande cliente, segmento, … | cliente |
Digitalização, Plano de Tecnologia |
Cultura e hábitos de mercado |
Globalização | Mercado potencial |
Inovação | pesquisa, ideação |
Start-up, Fintech,… | Novas empresas |
eLearning | Formação |
Big Data, Machine Learning, Inteligência Artificial, Business Intelligence | conhecimento de mercado |
Competição | Mercado |
Ecossistemas, marketing social |
Oferta do produto. Redes de colaboração |
DEI, Igualdade, … | Compromissos Sociais da Organização |
Economia social | Relacionamento com o cliente, pesquisa de mercado, retenção/fidelidade |
Compromisso ambiental | regulação |
A principal derivada, segundo o profissional, é uma má alocação de funções ou responsabilidades:
Exemplo: Processos
Um profissional dos processos da organização conhece não só o processo, mas também os custos, as tendências de mercado, a criticidade de cada um dos processos, os impactos nos demais departamentos, o conhecimento e experiência dos executores do processo, etc.
Nas organizações, pode acontecer que o técnico com capacidade de manusear a ferramenta de robotização (RPA) mais divulgada se encarregue dos planos de reengenharia, perdendo assim o conhecimento e a lógica implícita da reengenharia.
Ambos os profissionais são fundamentais, como em qualquer outro exemplo, mas o modelo organizacional vai ou não gerar os objetivos esperados.
Conclusão
Os acima são apenas exemplos, podendo-se utilizar outros termos que finalmente permitam os principais aspectos perseguidos:
- Toda a organização usa a mesma linguagem
- As pessoas não encontram na linguagem algo que lhes transmita obsolescência pessoal, mas que lhes permita contribuir com suas experiências e ideias.
- Não se deixe levar por termos "na moda" de vários fornecedores novos ou existentes no mercado